Paulo Franke

29 setembro, 2006

"O Rei dos Reis", com Jeffrey Hunter


LP- relíquia que possuo da trilha sonora do filme.





Considero Jeffrey Hunter o melhor intérprete de Jesus Cristo que já vi nas telas. O filme "O Rei dos Reis" (The King of Kings), producão de Samuel Bronston de 1961, foi dirigido por Nicholas Ray (MGM). O ator, que me enviou sua foto e um cartão com seu autógrafo, faleceu em 1969. Foi muito comentado na época da exibicão do filme o seu depoimento, o qual transcrevo da revista Vanguard, de marco de 1962:

"Não compreendi totalmente minha responsabilidade até achar-me nas vestes de Jesus, subindo a montanha para a cena do sermão das bem-aventurancas. Para minha surpresa, muitos habitantes do vilarejo caíram de joelhos enquanto eu passava. Eles sabiam muito bem que eu era um mero ator, porém sentiram que, de alguma forma, eu era uma apresentacão viva de uma figura que lhes era sagrada desde a infância. Eu não sabia o que fazer... foi aí que me conscientizei do que aceitara representar. Senti minha responsabilidade crescer à medida que o filme prosseguia, e sinto-a ainda mesmo que o filme tenha terminado. Não creio entretanto que sou maior conhecedor de Cristo do que qualquer outra pessoa. Minha educacão religiosa foi como a de qualquer crianca americana. Conhecia a Bíblia, é claro, a história de Jesus era sagrada, mas nunca havia pensado muito sobre ele como Pessoa, de carne e sangue, como um Homem que viveu neste mundo como nós vivemos, entre pessoas e em um tempo não diferente dos atuais.
Ao estudar o script, e enquanto prosseguia minha pesquisa, comecei a compreender pela primeira vez o significado de Sua vida e o que os Seus ensinamentos trouxeram ao mundo."

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25 setembro, 2006

"Quantos países você conhece?"/minha lista




Participei de um tópico com o nome acima no forum de uma das minhas comunidades, chamada "Amantes de Viagens", ainda no tempo do Orkut. Transcrevo aqui a minha lista, mas acrescentando algo mais...

Meu sonho de menino era ser piloto comercial. Sinto pena de não ter guardado as cartas recebidas da VARIG, PANAIR e outras, na década de 50, em resposta às que enviava pedindo informacões quanto aos cursos de pilotos das referidas empresas aéreas (naturalmente escondendo minha idade...).
Esse sonho foi acalentado através da adolescência. Era o amor aos aviões aliado ao sonho de viajar, por muitos e muitos países, sonho que parecia tão remoto mas que fazia a minha cabeca. Quando meu pai viajava a negócios, pedia-lhe que filmasse os aviões, como naquela ocasião quando viajou em um Super Constellation, a aeronave mais moderna da VARIG, empresa aérea que fizera o seu primeiro vôo exatamente entre Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande. Bem antes disso, de calcas curtas mas de imaginacão longa, ia ao aeroporto da cidade de Pelotas e via meu pai partir nos maravilhosos bimotores Douglas DC-3, até a pequena aeronave desaparecer nas nuvens. E eu voltava para casa literalmente "nas nuvens".

No mesmo ano em que fiz o servico militar, entrei para o Exército de Salvacão, tornando-me soldado de ambos os Exércitos. Ouvindo então o chamado de Deus e sentindo latente a vocacão, entreguei meu antigo sonho a Deus e comecei a preparar-me não para a escola de Cadetes da Aeronáutica, mas para a escola de Cadetes do Exército de Salvacão. Aviões... viagens... adeus (ou entrego a Deus!)!
O sonho havia acabado e eu não me sentia frustrado, absolutamente.

Há um versículo, porém, nos Salmos (37:4) que diz: "Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará aos desejos do teu coracão." Sem alongar-me ou prender-me a detalhes, testemunho que exatamente isso aconteceu comigo. Entregara sinceramente meu sonho a Deus, e Ele me devolveria "o sonho" de viajar, de voar, para bem longe.
Sendo que o Exército de Salvacão trabalha em 126 países, agradeco à minha organizacão ou igreja por ter-me enviado a cursos e conferências no exterior. Tendo casado com uma finlandesa, esta terra maravilhosa que é a Finlândia tornou-se a minha segunda Pátria e, vivendo na Europa, onde os países são bem próximos uns dos outros, viajar é algo completamente acessível. Costumo brincar que quando compro uma passagem de avião, às vezes com hotel incluso, tenho o desconto de 50%. Por quê? Porque minha esposa simplesmente não gosta de viajar, portanto ultimamente tenho viajado sozinho. Ela, que também já viajou sozinha ou com nossa família por diversos países, vibra mesmo quando vai ao Brasil visitar nosso filho e sua família.

Então, é com prazer e gratidão ao meu Deus, o Comandante de minha vida e Criador deste mundo maravilhoso - com suas gentes, sua cultura diferenciada, seu relevo, seu clima - que transcrevo a minha lista:

01. Alemanha - 1973 - 2001 - 2013
02. Argentina - 1978 - 1988 - 2014
03. Austria - 2001 - 2008 - 2014
04. Austrália - 1982
05. Bahamas - 1977
06. Bélgica - 2001 - 2013
07. Canadá - 1982
08. Dinamarca - 2001 - 2003 - 2008 - 2013
09. Egito - 2008
10. Espanha - 2003 e 2004

11. Estônia - 2000 - 2003 - 2008 - 2014

12. Finlândia - 1973 - de 1990 a 1994 vivemos na província de Åland; vivo neste país com minha esposa desde 1999, feliz pelo fato de que nossas duas filhas casadas e suas famílias também!

13. Franca - 1973 - 2001 - 2012 - 2014
14. Grécia - 2001
15. Holanda - 1973 - 2001 - 2008 - 2013

16. Hungria - 2008
17. Inglaterra - 1973 - 1978 - 1993 - 2003 - 2014
18. Israel - 1986 - 2009 - 2011 - 2013
19. Itália - 2001 - 2013 - 2014
20. Jamaica - 1977
21. Luxemburgo - 2001
22. México - 1985
23. Noruega - 1989 - 2008
24. Paraguai - 1988 e 1989
25. Polônia - 2001 - 2012 - 2014
26. Portugal - 1973, e vivemos lá em 1978 (+ Acores, 2005 e Madeira, 2006) - 2014
27. Suécia - 1973, 1991, 1993, 2001, 2003, 2004, 2008, 2013
28. Suíca - 2001 e 2008
29. Turquia - 2006 e 2007
30. USA - 1977, 1982 - vivemos lá de 1985/86 (+ Porto Rico, 1977, e Hawai, 1982)
31. Uruguai - 1975 - 1977 - 2014
32. Vaticano - 2001
33. Islândia - 2013

34. Irlanda do Norte - 2014
35. República da Irlanda - 2014
36. Mônaco - 2014
37. Eslováquia - 2014

E se o Senhor me conceder mais anos de vida, hei de acrescentar outros tantos países a esta lista, pois Ele satisfaz aos desejos de nosso coracão quando dEle nos agradamos. A Ele toda a honra e toda a glória!







Fotos que tirei antes de embarcar nos respectivos aviões.





Anneli com nosso netinho JV na cabeca da pista de Congonhas, fazendo hora antes de pegar sua mãezinha, que trabalhava na TAM. Quem não curte momentos de decolagem, dentro de um avião ou fora dele?

BEN-HUR - a história de seu escritor





Detentor de 11 Oscars da Academia de Cinema no ano de 1960, o filme "Ben-Hur" foi o mais premiado da história do cinema até então, o que não deixa de ser surpreendente em se tratando de uma história que tem como fundo outra história, a de Jesus Cristo. Acrescentando-se a essas ainda uma outra história, a de como o livro - no qual o filme é baseado - chegou a ser escrito, constataremos a mão de Deus atuando para o Seu propósito.

Lewis Wallace, engenheiro militar e escritor americano, era conhecido como um homem ateu. Certa vez, viajando de trem com um grande amigo, comentavam a respeito da quantidade de torres de igrejas que havia na cidade de Saint Louis, capital do Missouri, acrescentando que não podiam entender como tanta gente culta acreditava nas Escrituras.
Naquele momento, o amigo sugeriu-lhe que escrevesse um livro provando ao mundo que Jesus Cristo nunca existiu e que tampouco Deus tenha inspirado os os autores dos Evangelhos ou dos outros livros do Novo Testamento. Tal livro por certo o tornaria célebre e derrubaria o "mito" de que Jesus é o Salvador do mundo.
Concordando com o amigo, Lewis revelou o plano à sua esposa, membro fiel da Igreja Metodista, que muito se entristeceu, passando a orar com mais insistência pelo marido desde aquele instante.
Durante mais dois anos, Lewis coletou dados e pesquisou a vida de Jesus em diversas bibliotecas dos Estados Unidos. Finalmente, encontrou-se em uma situacão bem difícil. Disse ele: "Comecei a escrever um livro para provar que Jesus Cristo nunca existiu e quando me dei conta estava provando que Ele de fato existiu. Tal conviccão tornou-se em mim certeza absoluta. Ao estudar Seu caráter, não tive mais dúvidas ser o Filho de Deus, e assim abri totalmente o meu coracão a Ele!"
Quando declarou à esposa que havia abracado a fé, os dois ajoelharam-se e agradeceram a Deus pela revelacão de Seu Filho e por Sua misericórdia.
O livro, que é uma apologia das lutas do cristianismo primitivo, foi escrito em 1880 e transformado por duas vezes em filme de grande sucesso.

Transcrito de "O Estandarte Cristão".

Poemas de Dietrich Bonhoeffer


Quem sou? (traduzido do inglês)

Quem sou? Frequentemente me dizem que
saí do confinamento de minha cela
tranquilo, alegre e firme
como um senhor de sua mansão de campo.
Quem sou? Frequentemente me dizem
que costumo falar com os guardiões da prisão confiada, livre e claramente,
como se eu desse as ordens.
Quem sou? Também me dizem
que superei os dias de infortúnio
orgulhosa e amavelmente, sorrindo,
como quem está habituado a triunfar.

Sou, na verdade,
tudo o que os demais dizem de mim?
Ou sou somente o que eu sei de mim mesmo?
Inquieto, ansioso e enfermo,
como uma ave enjaulada,
pugnado por respirar, como se me afogasse,
sedento de cores, flores, canto de pássaros,
faminto de palavras bondosas, de amabilidade,
com a expectativa de grandes feitos,
temendo, impotente,
pela sorte de amigos distantes,
cansado e vazio de orar, de pensar, de fazer,
exausto e disposto a dizer adeus a tudo.

Quem sou? Esse ou aquele?
Um agora e outro depois?
Ou ambos de uma vez?
Hipócrita perante os demais
e, diante de mim mesmo, um débil acabado?
Ou há, dentro de mim,
algo como um exército derrotado
que foge desordenadamente da vitória já alcancada?

Quem sou?
Escarnecem de mim essas solitárias perguntas minhas;
seja o que for, Tu o sabes, ó Deus: sou Teu!



Nota:
O teólogo-martir Dietrich Bonhoeffer, autor de diversos livros, foi morto pelos nazistas. Veja Comunidade Dietrich Bonhoeffer.
Na foto de 2001, estou ao lado de seu poster nas ruínas da Gestapo, hoje museu, em Berlim.

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Oração por capacitação (traduzida do inglês)

Ó Deus, cedo de manhã clamo a Ti; ajuda-me a orar e a concentrar os meus pensamentos em Ti: não posso fazer isso sozinho. Em mim há trevas, mas conTigo há luz . Estou só, mas Tu não me abandonas. Sou fraco de coracão, mas conTigo há ajuda. Sou inquieto, mas conTigo há paz. Em mim há amargura, mas conTigo há paciência. Não compreendo os Teus caminhos, mas Tu conheces o caminho que devo trilhar... Restaura-me para a liberdade, e agora capacita-me a viver de tal forma que eu possa prestar contas a Ti e a mim próprio. Senhor, seja o que for que este dia possa trazer, Teu nome seja louvado

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"Com Deus, cada aparente final é apenas um glorioso início." DB

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Abaixo, o hino 600 do Hinário Luterano da Finlândia.

Letra: Dietrich Bonhoeffer (1944) - traducão livre

hino muito usado diante de situacões difíceis que o país enfrente.

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Nós somos gentilmente abracados

Pelo maravilhoso refúgio do poder divino.

Podemos confiar no Senhor, que é sempre fiel,

E juntos podemos entrar em uma nova fase.

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Podemos ter á frente uma estrada de opressão,

Mas mesmo lá Cristo está guiando.

Deixamos nossas vidas nas mãos de nosso Pai;

Só Ele é Quem nos pode conceder a paz.

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Senhor, que luzes de esperanca possam brilhar,

E que essas chamas sejam tranquilas e confortantes.

Tu trazes luz nas trevas, e removes nossos medos,

Fica conosco, portanto, Senhor, e dá-nos a paz.

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Quando poderes do mal parecem circundar-nos,

Que as vozes da fé possam ser mais audíveis,

E que assim possamos ouvir Teu povo cantar

Palavras de uma nova e vibrante cancão.

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O fiel refúgio do poder divino

Abraca-nos, não importa o que aconteca.

Do anoitecer até o amanhecer o Senhor está conosco,

Prometendo-nos a dádiva de um novo amanhã.

O Museu Anne Frank em Amsterdam





"Espero poder confiar em você completamente, como nunca fui capaz de confiar em alguém antes, e espero que você seja uma grande forca e conforto para mim." Anne Frank, 12 de junho de 1942.

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As fotos abaixo dizem respeito às duas visitas que fiz ao Museu, em 1973 e 2001, sendo que na primeira vez era permitido fotografar o local, o que fiz com uma boa dose de emoção (leia o texto)













Era o mês de julho de 1973, mês em que fiz minha primeira viagem à Europa.
Naquela manhã de verão em Amsterdam, deixando o Hotel Elim (foto) do Exército de Salvação -Leger des Heils no idioma holandês - caminhei pelas ruas ainda desertas e me dirigi ao local que há muito queria conhecer: o Museu Anne Frank.

No meu diário, a lembrança do diário dela ...

O sino da igreja de Westerkerk anunciava que eu chegara cedo demais. Decidi, então, sentado à beira do canal diante da casa tipicamente holandesa, preencher o tempo escrevendo o meu diário de viagem, aproveitando o ambiente calmo e convidativo ao redor. E nele registrei a grande expectativa e emoção que me inundavam diante da oportunidade de conhecer o histórico lugar. À mente vinham as recordações de tudo o que lera a respeito do holocausto de seis milhões de judeus, perpetrado pelos nazistas durante a II Guerra Mundial, desde o "O Diário de Anne Frank" aos livros de Leon Uris que, somados às histórias contadas por meu pai - de quem herdei profunda simpatia e amor pelo povo judeu - contribuíram para o meu conhecimento do assunto.
Se a emoção do momento era forte para mim, um mero turista, o quanto não teria sido para Otto Frank, voltando ao local após a guerra como o único sobrevivente do grupo que ali se escondera por dois anos! Foi nessa visita dolorosa que lhe entregaram o diário de sua filha Anne, encontrado na confusão em que ficara o lugar após terem sido descobertos.

Uma página tenebrosa na História

Em maio de 1940, as tropas alemãs invadiram a Holanda inesperadamente. Em cinco dias o país teve de capitular. Cinco anos de terror dominaram a nação, sendo cruel a perseguição aos judeus holandeses. Otto Frank, que viera da Alemanhã em 1933, fugindo da perseguição nazista, decidiu refugiar-se com sua família nos compartimentos do andar superior de seu próprio escritório, que utilizava para armazenar suas mercadorias. À sua família veio unir-se a família Van Daan (o casal e o filho Peter) e o dentista Sr. Dussel. Transcorridos dois anos, agentes da Gestapo, alertados por uma denúncia anônima, descobriram o esconderijo em agosto de 1944. No dia em que as tropas aliadas libertaram Bruxelas (setembro de 1944), partiu o último transporte com destino ao campo de concentração de Auschwitz. Os oito refugiados estavam naquele trem. Anne, no entanto, morreu em outro campo de concentracão, o de Bergen-Belsen, na Alemanha (que também visitei - veja link abaixo).

No Anexo Secreto, uma oração profunda

Ao percorrer aquelas salas, conservadas em seu estado original pela Fundação Anne Frank, o silêncio fala alto e a emoção é nítida no semblante das pessoas presentes que conhecem ou que passaram a conhecer, através da visita ao museu, a história trágica e ao mesmo tempo tão cheia de ternura. Depois de permanecer ali por mais de uma hora, deixei o local agradecendo a Deus pela liberdade e fazendo dos alvos da Fundação a minha prece silenciosa: "Despertar os homens, assim como faz 'O Diário de Anne Frank', de sua responsabilidade para com o próximo, eliminando para sempre os preconceitos que levam a todas as formas de discriminação, e que nunca mais se reproduza no mundo o cenário cruel do Holocausto."

Nota:


As fotos foram tiradas em 1973, quando era ainda era possível ingressar com facilidade e mesmo fotografar o local. Uma delas mostra a entrada do anexo, encoberta por uma estante. A outra o quarto de Anne, com suas fotos de artistas da época na parede. A cozinha do Anexo e também a parte de trás do prédio podem ser vistas. Na foto de 2001, desisti de entrar no museu pelo pouco tempo de que dispunha em vista da fila imensa que contornava o quarteirão, provando ao mesmo tempo a popularidade crescente da história de Anne Frank, "...cuja pena foi mais poderosa do que a espada de Hitler".

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Emocionante visita, em 2001, à antiquíssima Sinagoga Portuguesa de Amsterdam, cuja Arca da Aliança foi reconstruída, em 1956, com jacarandá do Brasil! Terá Otto Frank levado sua família para conhecer essa histórica sinagoga? Leia mais a respeito procurando no Google: Amsterdam Portuguese Synagoge.



Passeio de um dia a Frankfurt, em 16.07.07, cidade onde nasceu Anne Frank. Na foto, a parte antiga da cidade, reconstruida originalmente após a guerra.



A rua onde nasceu Anne Frank, no n. 24.



A casa onde nasceu, em 12.06.29, em um bairro não atingido pelos bombardeios, portanto a casa original. Em uma grande placa à direita, debaixo da janela, há uma inscrição com seu nome, data do nascimento e outros dados, em alemão.




No mesmo bairro há um museu, infelizmente fechado naquela tarde.



No gigantesco aeroporto de Frankfurt, a alegria de conversar com um judeu ortodoxo, que me ofereceu uvas que trazia de Israel. Seu nome, Eliezer - o mesmo de um grande amigo meu, gaúcho - biblicamente, o filho de Aaron.
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Um desafio a você:


"O Diário de Anne Frank" com script para teatro, que encontrei no Centro Cultural na Vergueiro, em São Paulo, e depois adquirido em um sebo no centro da cidade. Por que não montar a peça em sua escola, igreja, clube?


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Um YouTube onde aparece Anne na janela, e outros:

http://br.youtube.com/watch?v=kEXuviihrrs






A escola onde estudou Anne Frank






Os últimos meses e morte de Anne Frank:





Visita ao campo de concentracão Bergen-Belsen, onde morreram Margot e Anne (veja sua sepultura simbólica):


Através do "Índice de todos os meus tópicos", à direita ao abrir o meu blog, o caro leitor encontrará muitas postagens relacionadas com o Holocausto.

O Exército de Salvacão e o Cinema

A foto de Brad Pitt, visitando um centro do Exército de Salvação para crianças na África do Sul, simboliza outras tantas visitas ou participações em campanhas para angariar fundos que artistas americanos têm feito à ou em prol de nossa obra. Mas a seguir, fotos e textos do The Salvation Army como tema ou sendo visto em filmes.

















19.10.07 - Morre hoje Deborah Kerr, aos 86 anos, na Inglaterra.. O Yahoo!News não omitiu seu primeiro filme, "Major Barbara", no papel de uma salvacionista. No papel da Major Barbara, Wendy Hiller. Abaixo, leia mais a respeito.

O Exército de Salvação (The Salvation Army) foi fundado em Londres, em 1865, e nas décadas seguintes já se espalhara por grande parte do mundo, operando atualmente em 119 países.


Em 1892, na Austrália, foi fundado um departamento audiovisual que evoluiu para um estúdio, na cidade de Melbourne. Em 1898 foi lançado o filme "Nossos triunfos sociais", além de outras curta-metragens. "Soldados da Cruz", outra produção salvacionista, foi apresentado em 1900 para uma platéia de 4.000 pessoas. Em 1910, porque o cinema da época - iniciado pelos irmãos Lumiére em Paris - desenvolveu-se em uma direção que não correspondia ao alvo establecido pelo Exército, o estúdio salvacionista fechou as suas portas. (Pena!)

Mas o Exército, ao longo de muitas décadas, tem sido focalizado pelo cinema, pelo teatro e pela literatura. A idéia de mostrar o Exército nos filmes, portanto, é quase tão antiga quanto o cinema. Cartunistas satirizaram os métodos extravagantes de William Booth, o fundador, mas também escritores mais sérios abordaram o salvacionismo em suas obras. Um deles foi George Bernard Shaw cuja obra, "Major Barbara", tornou-se famosa.
A producão cinematográfica inglesa, de Gabriel Pascal, é de 1940 (foto) tendo nos papéis principais Rex Harrison e Wendy Hiller e sendo introduzida a novata Deborah Kerr. Para preparar-se melhor para o papel, Deborah pediu a Pascal que lhe arranjasse Itálicoum meio de "unir-se ao Exército" como uma ajudante no centro de boa vontade (goodwill centre). E assim aconteceu. Deborah rapidamente foi aceita no centro, mas somente o administrador sabia acerca de sua identidade e ninguém mais do staff ou da clientela. A Eric Braun, que escreveu mais tarde sua biografia, Deborah contou: "O trabalho que os salvacionistas faziam aos pobres e destituídos, e que ainda fazem, é algo que você não pode imaginar, a menos que esteja envolvida nele, como eu estive." Até hoje Deborah, uma das maiores atrizes de todos os tempos, recorda-se de seu humilde começo no cinema, como uma salvacionista que dera sua vida em favor dos menos afortunados.

Muitos artistas vestiram nosso uniforme

Você pode imaginar Joan Crawford usando a farda salvacionista? Pois ela a usou em "Laughing Sinners", em 1937, filme que projetou o ator Clark Gable, até então desconhecido. "Les Musiciens du Ciel" teve Michele Morgan como salvacionista. Em "Good Sam" (1948), Cary Cooper e Ann Sheridan participaram do filme cujo roteiro girava em torno do Exército.

No musical da MGM, "Três Palavrinhas", Vera Ellen contracenou com Fred Astaire na história que focalizava um suposto Salvation Army. Muitos membros de nossa organização protestaram quando a "salvacionista" Jean Simmons, em "Eles e Elas" (Guys and Dolls), cede aos galanteios de Marlon Brando, no filme um homem de caráter nada recomendável. Nas cenas finais de "A volta ao mundo em 80 dias" o Exército é alvo de pilhéria, o que também aconteceu em muitas outras películas.

Focalizar a tradicional campanha de Natal do Exército tem sido por anos uma constante; enquanto se desenrola a história, ao fundo a banda salvacionista executa conhecidos cânticos natalinos. (Em anos recentes, fui convidado a participar de uma novela da TV finlandesa, e meu "papel" era simplesmente estar ao lado do famoso caldeirão de Natal de nossa campanha). Enumerar, no entanto, a participação salvacionista em filmes talvez seja impossível.

Bete Mendes e Tony Ramos, na década de 70, vestiram a farda salvacionista na novela da TV brasileira "A Idade do Lobo".
Difícil é imaginar Greta Garbo dentro de uma farda salvacionista, porém ela a vestiu não em um filme, mas na vida real, quando participava ativamente como membro de um um coral salvacionista de Estocolmo, Suécia, anos antes de ingressar no cinema.
Uma recente producão finlandesa, de Aki Kaurismäki, "Homem sem Memória", focalizou o Exército de Salvacão, tendo sido premiada no Festival de Cannes.

Nunca tendo participado em filmes, o cantor John Lennon como menino visitava "Strawberry Field", nome de um lar de crianças do Exército de Salvação em Liverpool. Tal foi seu amor por aquela instituição social que, lembrando-se de sua infância, homenageou-a gravando o sucesso "Strawberry Field". Mais tarde, Yoko Ono e Sean visitaram essa instituição e doaram vultosa quantia em memória do cantor. (Veja postagem "John Lennon e o Exército de Salvação").


Um filme que influenciou minha vida jovem

A foto publicada em um jornal do The Salvation Army foi tirada em 1982, em Melbourne, Austrália, no exato local onde foram tomadas as cenas finais de "A Hora Final" (On the Beach), produção de Stanley Kramer de 1959, baseada na ficção científica do escritor Nevil Shute, tendo em seus papéis principais Gregory Peck, Ava Gardner, Fred Astaire e Anthony Perkins.


Em 1961, fui ao cinema com amigos e assisti ao filme. No final do mesmo, impressionei-me ao ver o Exército de Salvação tocando e pregando para uma multidão em desespero em razão da nuvem radioativa que fizera desaparecer a humanidade em outros países e agora se aproximava da Austrália. Saindo do cinema, falei aos amigos que um dia faria parte do Exército de Salvação, que também operava em nossa cidade. Seus risos não me incomodaram à mínima e tampouco afetaram a minha convicção.


Anos mais tarde, em Melbourne, ao saber da minha história, o fotógrafo do departamento editorial do Salvation Army, onde eu fazia um estágio, levou-me ao exato local da filmagem. Semanas mais tarde, minha foto e meu depoimento foram publicados na primeira página do jornal salvacionista australiano.


A faixa "Ainda há tempo, irmãos" sobre os salvacionistas no filme tocara profundamente a mim, um jovem naquela época desorientado quanto ao caminho a seguir. Na cena final de "A Hora Final", tendo a radioatividade já atingido a Austrália, a faixa balança sob o vento radioativo no local agora sinistramente deserto.


Encontrando em Londres, em 1973, o então chefe do Exército no Sul da Austrália, Comissário Albert Mingay, que cedera os salvacionistas para participarem do filme, contou-me ele que havia sugerido a Stanley Kramer a colocação da faixa, imaginando que causaria um impacto nos espectadores. Não sei a quantos espectadores pelo mundo afora isso tenha acontecido, mas sei que causou tal impacto na minha vida que sirvo a Deus desde 1962 neste maravilhoso Exército de Salvação!


17 setembro, 2006

Pelos caminhos pitorescos do cinema antigo

Muitos jovens amigos do orkut assistiram ou assistem a filmes antigos na telinha da TV, na sessão da tarde, quando não adquirem seus DVDs. Tem sido interessante trocar idéias e recordar esses filmes a que assisti não na telinha, mas no telão dos imensos cinemas do passado (como eram grandes comparados às salinhas dos shopping-centers atuais!!). Tendo nascido em 1943, minhas recordacões dizem respeito principalmente aos filmes da década de 50.

Um tio-avô, no entanto, gostava de contar sobre as sessões de cinema mudo do tempo quando era jovem (algo como início da década de 20?). Ríamos ao ouvir que a platéia sentava-se em bancos duros sem encosto enquanto uma bandinha desafinada fazia o fundo musical, conforme a cena do filme, se agitada a música se agitava, se a cena era calma virava uma música "harmoniosa"... Porque o filme "rebentava" com facilidade, a "sessão de cinema" muitas vezes era bem prolongada. No outro dia, segunda-feira, contava-nos que era então a vez de o corpo estar "rebentado" e dolorido para o dia de trabalho, simplesmente por ter assistido a um filme, verdadeira mão-de-obra. A propósito, certa vez li um artigo da Eliana Macedo contando que nos filmes nacionais os artistas também ajudavam a trocar os cenários, mudar a decoracão etc. Não eram só os espectadores da década de 20 que associavam cinema à mão-de-obra!

Na década de 50, recordo-me de aos domingos à tarde a fila para entrar no cinema dobrar o quarteirão. Era um verdadeiro teste de paciência e resistência, debaixo às vezes de chuva ou de um frio intenso como faz até hoje no sul do país. Hoje o Cine Capitólio transformou-se em um estacionamento de carros. Mas na década de 50 era a gente que "estacionava" bem neste lugar, diante do prédio amarelo, chegando a vez de adentrar o cinema.

Foto: Cleusa Pino

Às sextas-feira, minhas irmãs, junto com duas tias-avós, iam ao "Dia das Mocas", ocasião quando as mulheres pagavam meia-entrada. O "pipoqueiro" tinha a sua carrocinha na frente do cinema e o "baleiro" caminhava com sua cesta pelos corredores vendendo balas, chocolates e o famoso drops de anis. E quem da época não lembra do/a "lanterninha" que indicava os lugares para os que chegavam atrasados? E o barulho infernal nos filmes de cowboy?

Até hoje me faz rir a lembranca de uma senhora frágil na bilheteria de um certo cinema local. Quando a via nos aniversários de uma tia, de quem era amiga, olhava-a como se estivesse vendo uma "artista de cinema", simplesmente por nos vender o ingresso a tantas maravilhas e artistas lembrados até hoje!

Muitas vezes ao desconhecer totalmente um filme da década de 50, pergunto a mim mesmo se teria chegado à nossa cidade ou quem sabe coincidira com a morte de tantos tios-avós, quando meu pai suspendia nossa ida ao cinema por três semanas... duplo luto!

A cultural cidade de Pelotas-RS possuía diversos cinemas e dois teatros. Por eles passaram diversos artistas nacionais e internacionais, os últimos em suas escalas ao dirigirem-se às capitais do Prata. Ainda que o primeiro vôo da VARIG tivesse sido entre Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande, o meio de transporte principal das companhias teatrais era o "vapor"! O belíssimo e luxuoso Teatro Guarany certa vez recebeu a família Von Trapp, que arrancou longos aplausos ao cantarem juntos um número... cada um posicionado em um camarote.

Ao saber esta semana que Adelaide Chiozzo ainda vive (sua parceira em muitos filmes, Eliana, não mais), uni-me à sua comunidade. Recordo-me dos shows que os artistas da Atlântida faziam no Cine Avenida, a dois quarteirões de nossa casa.
À saída, segurávamos com mão trêmula o nosso bloquinho de autógrafos no meio de uma pequena multidão. Recordo-me naquela noite de chuva quando Eliana olhou para minha prima, de grandes olhos azuis e grossa capa de chuva que usávamos na época, e exclamou: "Como são lindas as criancas gaúchas!"

Enfim, são enumeráveis as lembrancas do cinema da década de 50, o passatempo maior da juventude nos tempos dourados, cujo brilho permanece até hoje, haja vista o interesse de tantos jovens pelas comunidades que enfocam o cinema antigo.

Leia mais sobre cinema neste blog: Em Hollywood/ Fotos de artistas recebidas de Hollywood/ Ele era importante! (Charles Chaplin) e O Exército de Salvacão e o Cinema